Memorial do Rio Tietê

Rumo: Metrópole

Em seu caminho para o interior, o Tietê desliza tranqüilamente pelos vales da região de Moji das Cruzes, onde, à sua passagem, forma meandros caprichosos e cria condições adequadas para o cultivo de verduras e hortaliças. Nesse trecho, o rio forma as várzeas que caracterizam a paisagem local. No período das chuvas, estas ficam freqüentemente inundadas, dificultando a ocupação da área. Esse caminho sinuoso do leito também forma portos de areia, muitas vezes extraídos através de escavações em seu encaixe natural.

Deixando para trás as terras altas, o Tietê percorre uma região de pequenas colinas e trechos planos. Ele está se aproximando de São Paulo, e vai conhecer as conseqüências do progresso.
Às portas da cidade, o Parque Ecológico se coloca como um exemplo do aproveitamento racional das margens do Tietê, oferecendo lazer numa região carente de áreas verdes e atuando como elemento integrador do rio na paisagem urbana. Ao afastar as avenidas marginais das bordas do rio, o Parque indica um caminho para a ocupação otimista de suas várzeas.

Enquanto isso, poluição doméstica e industrial se incorpora às águas do rio e as modifica. Elas se tornam negras, densas, mal-cheirosas, quase paradas, palco de um triste espetáculo.
Assim, praticamente apodrecido, o Tietê chega à metrópole paulista.