Memorial do Rio Tietê

O Modelo do Rio Tennessee

O Segundo momento na concepção das usinas hidrelétricas pode ser definido pelo entusiasmo dos técnicos brasileiros com experiente piloto norte-americana, que se concretizou em 1933, no TVA-Tennesse Valey Authority. Fundamentalmente, o TVA era um órgão que deveria planejar o conjunto das potencialidades de utilização de todo o sistema hidrográfico do rio Tennesse em vista não só da sua potencialidade econômica, mas do seu múltiplo uso, que incluirá, entre outros, a navegação, o lazer e o combate às enchentes.

Em resumo, na experiência do TVA, o planejamento econômico, tecnológico e científico deveria subordinar-se a um projeto social e político; e qualquer projeto setorial deveria ligar-se a outros projetos setoriais, de modo a conseguir o máximo rendimento com os mesmos recursos.

Em vista dessa experiência, os novos projetos para o estado de São Paulo, com objetivos que ultrapassavam em muito os de um empreendimento puramente comercial, foram conhecidos dentro de um quadro de iniciativas governamentais. Assim, em São Paulo, foram constituídas a Uselpa, para explorar os recursos energéticos da bacia do rio Paranapanema; a Cherp, para os rios Pardo e Tietê; e a Celusa, para o rio Paraná. Apesar de inspiradas nos planos do TVA, sempre houve confronto de idéias nessas companhias, que entendiam, por um lado, que os empreendimentos deveriam ser gerados por uma rígida diretriz financeira; e por outro, que a construção das usinas e barragens deveria fazer parte de um processo mais amplo.