Memorial do Rio Tietê

Santana Do Parnaíba

Parnaíba significa trecho de rio onde não se pode navegar e, no caso de Santana do Parnaíba, o nome se remete aos longínquos anos do Século XVI, quando o então governador-geral Mem de Sá ordenou uma expedição para combater os indígenas que ameaçavam a recém-criada vila de São Paulo. Ao descer o Tietê, a expedição teria encontrado um salto colossal que obrigaria seus integrantes a carregarem as canoas às costas. Daí Parnaíba: trecho penoso.

No final deste mesmo Século XVI, o português Manoel Fernandes Ramos escolheu essa região para instalar uma fazenda e, com Suzana Dias, sua mulher, neta de João Ramalho, o Tibiriçá, lá ergueu uma capela dedicada a Sant'Ana em torno da qual cresceu a futura Santana do Paraíba.

Nesta época, a ligação entre São Paulo e a pequena vila podia ser feita por via terrestre ou fluvial. Por terra, o caminho passava por Pinheiros, Butantã e Carapicuíba, transpondo, depois, a Serra do Itaqui; por rio, o caminho era o Tietê, desde São Paulo, passando por Nossa Senhora do Ó e Emboaçava.

Sua localização estratégica, pela proximidade do Tietê e a presença de índios mais fáceis do que outro para prear foi fundamental para assegurar sua importancia no início da colonização. Durante o bandeirismo, veios auríferos nas redondezas, o que também contribui para torná-la um ponto de sedução.

No Século XVII, a vila de Santana do Parnaíba, como todo o Planalto Paulista, foi atingida pela decadência das atividades produtoras, em vista da migração para as regiões auríferas. Com a presença de cachoeiras entre ela e Porto Feliz, ponto de partida das monções, a vila aguardou o Século XX para tornar-se, com seu casario colonial e seus edifícios setecentistas tombados, uma atração turística do estado de São Paulo.